Quando conheci o blog da Mariana, logo me identifiquei com as idéias, virei seguidora, coloquei link aqui na barra lateral, e já fui convidando para nossa entrevista com as mamães! Vamos lá?
Mariana é mãe de Alice (seis anos e cinco meses) e Arthur (um ano e oito meses)
Mamãe Moderna: Mariana, você sempre quis ser mãe?
Mariana: Sim, desde muito jovem sonhava em ser mãe, tinha a ilusão que conseguiria realizar este sonho, logo que terminasse a faculdade, mas só tive coragem quando comecei a ganhar meu próprio dinheiro e me estabilizei na profissão, com 28 anos.
Mamãe Moderna: O que você aprendeu na prática que nenhum livro ou pessoa podia ter ensinado?
Mariana: Que a gente não consegue estragar o bebê, que seguir o instinto, o coração traz mais benefícios que seguir fórmulas, tabelas e receitas de bolo. É claro que é preciso informação e reflexão até para entender o que diz o instinto e o coração.
Mamãe Moderna: Você quis repetir a educação que sua mãe te deu?
Mariana: Não, de jeito nenhum.
Mamãe Moderna: O que você pensa da sua mãe, agora que é mãe também?
Mariana: Passei a entender muita coisa, mas também a questionar mais suas atitudes.
Mamãe Moderna: Qual foi o conselho que você recebeu que mais te ajudou?
Mariana: Não dê ouvidos a conselhos, escolha apenas uma pessoa para confiar em pitacos e siga a orientação dos profissionais que te acompanham. Recebi este conselho da minha prima-irmã mais velha, logo no início da primeira gravidez e foi extremamente útil para evitar inseguranças e aborrecimentos. Se alguém me dava um pitaco-nada-a-ver, eu soltava um “tá!” e seguia minha vida. Hoje, sei que ter boa informação é fundamental para que possamos discutir cada decisão com o profissional, ou até trocar de profissional.
Mamãe Moderna: O que você faria igual?
Mariana: A liberdade com responsabilidade. Fui criada com sob a lógica do ‘é proibido proibir!” e eu tinha muita liberdade, eu podia fazer tudo, mas tinha absoluta certeza que EU assumiria qualquer conseqüência dos meus atos: então eu sempre fui estudiosa o suficiente e nunca me meti em roubadas. Não sei bem como eles conseguiram isso, mas eu gostaria e me esforço para repetir. E com pouca idade comecei a decidir a minha própria vida e sempre tomei excelentes decisões. Outra coisa que já repito: eu não apanhava e não era castigada!
Mamãe Moderna: O que você faria diferente?
Mariana: Basicamente duas coisas: 1. eu jamais abriria mão de educar meus filhos voluntariamente. A partir de cinco anos, por diversos motivos, eu fui morar com meus avós e só passava os finais de semana com meus pais. 2. eu nunca deixo meus filhos chorarem. Minha mãe era adepta do “deixa chorar” para acostumar e sei que hoje tenho graves seqüelas emocionais por conta disso.
Mamãe Moderna: Qual foi a maior surpresa que teve com a maternidade?
Mariana: A quantidade de amor que somos capazes de sentir. Nunca imaginei amar tanto duas pessoas.
Mamãe Moderna: E o maior susto?
Mariana: Que tudo o que fazemos e dissemos tem repercussão. Tomei um susto ao constatar que precisaria ser coerente o tempo todo!
Mamãe Moderna: Quais são seus medos e sonhos em relação ao seu filho?
Mariana: Meu único medo é morrer cedo e deixá-los desamparados (emocionalmente, pois financeiramente, já tomei providências), sonho em poder orientá-los para que se conheçam bem e em conseguir lhes apoiar no que decidirem para as suas vidas. Sonho que eles sejam livre, espíritos livres!
Mamãe Moderna: Ser mãe é...
Mariana: uma caixinha de surpresas. É encarar que nem sempre o que planejamos se realiza.
Mamãe Moderna: Mãe é chata quando...
Mariana: precisa estabelecer um bom hábito, mesmo que para isso ela seja obrigada a forçar um pouco a barra estimular com mais ênfase no início – estou falando de coisas como escovar dentes, obedecer os pais, ler mais, etc, essas coisas que algumas crianças maiores não gostam de fazer.
Mamãe Moderna: Mãe é legal quando...
Mariana: dá liberdade para a criança SER!
Mamãe Moderna: Se você pudesse ensinar apenas uma coisa às mães que leem o Mamãe Moderna, o que seria?
Mariana: Que tudo tem seu tempo. Que não é preciso começar da forma certa, para dar certo no final. Tem um blockbuster que prega que o bebê precisa começar como a mãe quer que continue, que seja: dormindo no berço, de preferência adormecendo sozinho e a noite inteira, ou que tenha uma rotina de acordo com o relógio - como terá quando for um trabalhador. Os bebês precisam de contato, de apego, de muito colo. A qualquer momento podemos fazer modificações nos hábitos e nas rotinas, tanto de bebês, quanto de crianças maiores. São seres mais adaptáveis do que nós. Por isso esta história de que dar muito colo, de dormir junto, de deixar dormir no peito, vai estragar o bebê é uma bobagem! Bebês e crianças precisam de colo, de olho, de toque, de diálogo, de contato, de apego, enfim, de colo!
Mari, muito obrigada por ter aceitado o meu convite, a entrevista ficou linda! Dá para perceber a ótima relação que você tem com seus filhos, que são privilegiados por ter uma mãe que sabe respeitar a infância, a individualidade, o tempo de adaptação cada um, que ensina, mas que também aprende muito com a maternidade!
Mamães, espero que todas vocês também tenham gostado da entrevista, que corram para o blog da Mariana e fiquem como eu: viciada no Viciados em Colo!
Beijocas!