A convidada do Mamãe Moderna, que estréia hoje a tag "Pode Entrar", é a Educadora Física, Jaqueline Nieto, que falará sobre Brincadeiras Infantis. Jack, a casa já é sua, pode entrar, sentar, e até abrir a geladeira, se você quiser!
"Recentemente estava com um pai que comentou ter comprado uma bicicleta para o filho, mas ele não demonstrou o mínimo de interesse. O pai fez uma comparação com seu tempo de infância, tempo em que vivia brincando de diversas formas...
Mais tarde, o menino todo feliz com uma bola, chamou o pai para brincar. O pai simplesmente ignorou o pedido do filho e continuou tomando sua cerveja, sem ao menos justificar, ou falar que outra hora poderia brincar com ele. O menino nem se importou, demonstrando já ter acontecido isso diversas vezes.
As crianças aprendem por imitação e respondem a estímulos, então, quanto mais estimuladas e motivadas forem (principalmente pelos pais), maior será sua resposta em relação ao interesse em atividades motoras.
Conforme especialistas em desenvolvimento motor, aos seis, ou sete anos a criança já está apta a ter o desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais em nível maduro, e pode passar a combinar os movimentos de locomoção, manipulação e estabilização, como por exemplo, no jogo de basquete, em que ela tem que correr, quicar a bola e saltar para fazer uma cesta. Mas, dificilmente ela chegará ao estagio maduro se não for estimulada e muito menos se não repetir a atividade, brincar, brincar, brincar... E quanto mais variedade de atividades melhor!
Todos temos a capacidade de aproveitar os movimentos de certa atividade para usar em outra, nosso cérebro é movido à plasticidade!
Então, na hora que seu filho te chamar para brincar, vá com ele! Invente novas possibilidades com o mesmo material, compre bolas de diferentes tamanhos, caixas, bastões. Leve em conta que seu filho tem uma capacidade e criatividade inimaginável!
Observe as crianças ao seu redor. O que você encontra em relação às crianças de 10, 20, 30 anos atrás?
Podemos notar, que à medida que a tecnologia foi avançando, o tempo gasto em atividades lúdicas e corporais foi diminuindo, e o tempo gasto em atividades “tecnológicas” aumentando.
Onde ficaram aquelas brincadeiras de rua, ou de fundo-de-quintal, como: pião, amarelinha, cirandas, pular corda, pega-pega, esconde-esconde? E as brincadeiras de imaginação: escolinha, médico, espaçonave?
Bom, as recordações ficam para aqueles que tiveram bons momentos, mas não podemos deixar que nossas crianças fiquem “saboreando” a tv, os videogames, as redes sociais, celulares, etc. sem fazermos NADA!
Qualquer ser humano necessita “mexer o esqueleto”, muito mais as crianças!"
Jaqueline Nieto
Educadora Física - CREF 014290-G/RS
Licenciada e Bacharel em Educação Física pela Faculdade da Serra Gaúcha
Contato:
jaque-line@hotmail.com