Dúvidas sobre o meu parto domiciliar

quinta-feira, 10 de novembro de 2011


Olá!
Como muitas de vocês já sabem, o Davi nasceu de um lindo parto domiciliar.
Para quem não sabe, pode assistir o vídeo aqui e ler meu relato de parto aqui.


Como postei esse vídeo no Youtube, as vezes recebo algum contato de gestantes ou futuras gestantes com algumas dúvidas.


Então resolvi publicar aqui algumas perguntas e respostas.


Como você se preparou para o parto domiciliar? Fez algum tipo de exercício físico específico?
Não, não fiz nenhum exercício específico. Queria muito fazer hidro, mas acabou não rolando, mas eu caminhei bastante!


O que a levou a fazer um parto domiciliar e não um parto humanizado hospitalar?
Na minha opinião, nenhum parto é tão humanizado quanto o domiciliar.
A comodidade de estar e ser atendida pelos obstetras na minha casa, não precisar me descolar para nenhum local.
A certeza que as coisas não sairiam do meu "controle" e não me induziriam a ser anestesiada, ou ser convencida a ceder a algum outro procedimento.


Quando você tomou a decisão de ter um parto domiciliar?
A decisão foi tomada no início da gravidez, logo que comecei a pesquisar sobre isso, estava com 15 semanas de gestação. É claro, que nesse momento, a decisão não significa muita coisa, pois somente com os exames e com o transcorrer da gestação é que é possível analisar e definir se a gestante tem possibilidade de ter um parto domiciliar.


Em seu vídeo você comentou que a sua escolha foi baseada na razão. Você sugere algum livro para que eu possa ler e me informar melhor sobre as vantagens de desvantagens/riscos de se ter um parto domiciliar?
Quando eu disse que minha escolha foi baseada na razão significa isso mesmo, que li muito sobre o assunto, não apenas em livros, mas em fóruns do Orkut, relatos de parto, experiências, sites de grupos de apoio.


Eu sugiro o livro "Parto Ativo" de Janet Balaskas.
Dá para ler algumas partes do livro no Google nesse LINK.


Também posso recomendar esses sites:

Esse blog é ótimo:
Essas comunidades no Orkut:
Essa reportagem no Superpop foi fundamental
http://www.youtube.com/watch?v=pF3JUNsY8d4 (essa é a 1ª de 8 partes)

Quem te acompanhou foi uma doula ou obstetra?
Quem acompanha um trabalho de parto sempre tem que ser um obstetra. A diferença é que pode ser um médico obstetra ou enfermeiro obstetra. No meu caso, foi uma enfermeira obstetra (parteira).
A doula não é uma enfermeira, não pode fazer nenhum procedimento médico, é uma profissional que fica para auxiliar a gestante, no que se refere ao conforto e cuidados.
Eu não contratei uma doula, pois sabia que meu marido ficaria comigo o tempo todo me paparicando, e ficou mesmo fazendo massagem, me ajudando, me apoiando em tudo.
Mas, para quem o marido não é tão paciente e tem um pouco de medo de acompanhar esse momento, recomendo uma doula sim!

Quem acompanhou o parto do seu filho? Qual foi a equipe que fez o parto? todos são de São Paulo? Ficou muito caro? rs
Quando eu assisti esse vídeo do Superpop eu entrei em contato com a Marcia Koiffman, mas como ela estaria viajando na data prevista do parto (entre natal e ano novo), então me recomendou a Ivanilde.

Entrei em contato com ela, e descobri que era uma profissional altamente qualificada, que além de ser uma enfermeira obstetra, é docente da graduação de enfermagem e coordenadora de estágios da Obstetrícia, com muuuuuitos partos já realizados!

Ela acompanhou o nascimento do meu filho juntamente com outro enfermeiro obstetra, que é necessário só no final do trabalho de parto, para auxiliar e dividir entre os cuidados com a mãe e o bebê.

Ela é de São Paulo, mas já atendeu muitos partos em outras cidades e até em outros estados.

Ah! O preço... R$3.500,00 (há quase 2 anos atrás), mas o preço é uma coisa, o VALOR é outro: IMENSURÁVEL!

Na época eu pedi um orçamento para o parto no Hospital Santa Joana e era o dobro disso!

O obstetra que acompanhou sua gravidez também esteve presente no trabalho de parto e no momento expulsivo? Ele foi a favor do parto domiciliar desde o princípio?
A minha médica obstetra não acompanhou o meu parto, porém a minha parteira também acompanhou minha gestação. Todos os exames que eu realizava, passava para que ela desse uma olhada.
Eu já tinha lido que muitas gestantes ao falarem com o médico, ele não apoiou e ela acabou mudando de médico no meio da gestação por causa disso. Eu tinha medo que isso acontecesse, então decidi comentar sobre o assunto com a minha médica somente quando ela perguntasse, o que aconteceu por volta das 36 semanas de gestação. 
Ela não foi 100% a favor, mas disse que ela gostava de parto vaginal, admitiu que muitos enfermeiros eram mais capacitados para isso do que muitos médicos, e disse que diante do meu ótimo quadro médico, não via razão para que não desse tudo certo. Questionou o profissional que me acompanharia e me sugeriu, já que eu fazia questão de parto natural, que não fosse para o hospital do convênio, mas para o hospital público mesmo, que eu teria mais chance de não cair numa cesárea. (minha médica do convênio que disse!).


Como foi o seu trabalho de parto? Lhe permitiram ingerir líquidos e alimentos?
Foi cansativo, demorou mais do que eu imaginava. Perdi uma noite de sono com contrações leves, mas passei o dia seguinte quase sem contrações. Depois mais uma noite sem dormir em trabalho de parto "de verdade".
Não fui privada de comer e nem beber, mas quando o trabalho de parto começou pra valer, eu não estava muito a fim de comer. Talvez por ter sido durante a madrugada, mas tomei líquidos normalmente.

Doeu?
Claro que doeu, mas não é nada absurdo ou insuportável, as contrações vêm e vão e eu até cochilava entre elas. Na parte final do trabalho de parto eu fiquei numa banheira apropriada e a água quentinha ameniza bastante a dor! E no expulsivo dói muito também, mas foi tão rápido e aí acabou.
Olhem eu dormindo:

Você teve alguma laceração do períneo?
A mucosa da minha vagina não estava 100% antes do parto, estava irritada, vermelha e bem sensível, por isso tive uma laceração que foi apenas de pele, nada de laceração muscular. E nem precisava, mas preferi levar uns pontinhos.

Você ficou com medo de dar algo errado? Ficou pensando se a pressão subir na hora ou se ter algo com o bebê?
Eu estava muito confiante que daria tudo certo, minha pressão se manteve ótima durante toda a gestação. Aliás, eu tinha mais medo da pressão abaixar e eu desmaiar, ainda mais por causa do calor da época.
Com o bebê não tive muita preocupação também pois também teve um ótimo desenvolvimento, e os batimentos cardíacos eram sempre verificados.

Assim que nasceu, seu filho foi examinado por algum pediatra ou neonatologista? Quais os procedimentos pós-parto?
Assim que nasceu, depois de mamar, foi realizado apenas exame clínico pela parteira mesmo, que além de medir e pesar, também verificou os reflexos, mas nada de ficar enfiando tubo em tudo que é buraco e nem pingar colírio de nitrato de prata!
Depois agendei uma consulta com o neonatologista. Quando você ligar e dizer que é a primeira consulta e tal... você consegue vaga rapidinho!
E depois levei ao posto de saúde para a realização do exame do pezinho.

Quais foram as precauções que você tomou para evitar possíveis problemas? Você teve o parto próximo a algum hospital? Sua casa foi equipada com algum equipamento de emergência? Caso fosse necessário, havia um médico pré-selecionado para atuar no hospital, e não simplesmente o plantonista?
Não sei exatamente o que a parteira levou para minha casa, mas ela estava bem equipada, e moro perto de um hospital público, que seria minha segunda opção, caso tivesse algum problema com o parto domiciliar. 

Baseada na razão, você recomendaria o parto domiciliar?
Não só recomendaria, como só terei outro filho se for nessas condições. É claro, sempre com acompanhamento e um bom pré-natal, exames em dia, etc.
Depois de saber que médicos agendam cesárea por conveniência própria, saber dos procedimentos médicos que são adotados sem analisar caso a caso, das inúmeras intervenções desnecessárias que são tomadas mesmo no parto normal hospitalar, me recuso a ir para o hospital.
Recomendo sim, um parto domiciliar consciente, avaliado as condições da gestante e do bebê, acompanhado por profissional capacitado e experiente e com um Plano B estabelecido para qualquer emergência.

Essas são respostas baseadas na minha experiência, não significa que você tem que ter um parto domiciliar, ou que seja a melhor opção para você, ou que você tenha que se sentir culpada por não ter conseguido, mas espero ter esclarecido um pouco as dúvidas de quem está procurando mais informações e relatos.

Bjocas!

Um comentário:

  1. Vc é mto corajosa!
    Eu tenho 19 anos e penso em ter um bebê também, mas lá pros meus 30, mas só de pensar em parto normal me dá gastura! Eu não sirvo pra sentir dor, me desespero a toa kkkkkkk '

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