Mexer para aprender

Eu tive uma infância tão boa!  Bom, a maioria das pessoas diz a mesma coisa, mas pode acreditar, a minha foi boa mesmo! 

Cidadezinha no interior do Paraná, numa pequena rua sem saída aonde toda a criançada da região ia para brincar o dia inteiro!

Olhem essa foto onde eu tinha apenas 2 anos, e reparem o meu lindo rosto. Não se enganem, pois isso não é blush e batom, minhas senhoras, isso é queimadura de sol mesmo!

Detalhe: Protetor solar?! O que é isso?! É de comer?!

Bom, na época não era muito comum que as crianças pequenas frequentassem a educação infantil, principalmente se a mãe não trabalhasse fora, mas quando eu tinha 5 anos minha mãe me matriculou no período da tarde, apenas para me tirar um pouco da rua.

Ainda bem que mesmo assim sobrava muito tempo para brincar de pega-pega, amarelinha, esconde-esconde, elefante colorido, casamento atrás da porta, balança caixão, boneca, comidinha, casinha, bets (taco), futebol, bicicleta, pular corda, patins...

Acredito que aprendi mais na rua do que na escola. Sério! Em primeiro lugar porque tive a oportunidade de interagir com diversas pessoas, e entre outras vantagens dessa interação, a gente arrumava aqueles pedaços de gesso para escrever no chão, e brincando com as crianças que já eram alfabetizadas eu aprendi o alfabeto, escrever o meu nome e até fazer contas!

E principalmente, porque brincar e aprender são a mesma coisa! Tive a oportunidade de andar, correr, pular, explorar meus gestos e ritmos corporais, a força, a velocidade, a resistência e flexibilidade, conhecendo gradativamente meus limites e as possibilidades do meu corpo, minha expressividade, equilíbrio e coordenação, desenvolvendo a confiança nas minhas capacidades motoras!

Falando assim até parece que virei ninja, não é bem assim, né?! Mas hoje, como mãe, sei que devo incentivar os movimentos do meu filho, os gestos, a dança, as brincadeiras na frente do espelho, criar obstáculos para ele subir, pular, escorregar, deixar brinquedos sempre à disposição, etc...

Hoje sei a importância do movimento para desenvolver a orientação espacial, a imagem do próprio corpo, seus cuidados e a autoestima, sei que “criança que não para quieta” também está aprendendo.

E como uma mãe que brincou muito, o que eu mais desejo é que o meu filho aprenda muito brincando e tenha uma infância ainda melhor do que a minha!




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